O calor chegou com toda potência que se pode imaginar: céu claro, sol forte, brisa morna e aquela vontade de ficar à sombra, tomando água de coco ou se refrescando, na piscina, cachoeira ou na água do mar…
Tem gente que sonha com essa época e passa o verão todinho se dedicando a colocar o bronzeado em dia. Mas, mesmo sendo algo da “cultura brasileira”, é preciso tomar cuidado – principalmente se você já tem uma condição preexistente.
Quem tem vitiligo, por exemplo, deve se expor ao sol com prudência. Um bronze “errado” pode acabar danificando a uniformidade da pele e até causar queimaduras solares.
Sobre o vitiligo
Para entender o impacto do bronzeamento na pessoa que tem vitiligo, é preciso ir fundo na origem dessa condição. Trata-se de uma doença autoimune que causa a despigmentação em algumas regiões da pele.
As manchas pelo corpo é o que mais chama atenção, mas a perda de pigmentação pode ocorrer também no cabelo, cílios, sobrancelhas, barba, na retina, nos órgãos genitais, umbigo, axilas e até mesmo nas membranas que revestem o interior da boca e do nariz.
Estima-se que 1% da população mundial tenha perda da coloração da pele, ou seja, o vitiligo pode atingir pessoas de todas as etnias, mas costuma ser mais perceptível nas peles escuras. Essa disfunção ocorre devido à diminuição ou ausência da célula responsável pela formação de melanina.
A falta dessa substância gera lesões cutâneas de hipopigmentação, que resultam em manchas brancas distribuídas por todo o corpo. Com o passar do tempo, esses sinais podem crescer e ocupar mais espaço na pele.
O dermatologista propõe um tratamento para controle ou desaceleração da despigmentação. No entanto, a doença não deixa de existir e a pele vai continuar sensível em função disso para sempre – e é justamente esse nosso ponto de atenção.
Se para uma pessoa sem vitiligo o sol pode ser nocivo, para uma pessoa com vitiligo os cuidados devem ser redobrados.
Vitiligo e bronzeamento: por que evitar?
É evidente que o sol é essencial para a vida humana, pois interfere na de vitamina D. A função da melanina, além de pigmentar a pele, é protegê-la dos raios solares. A pessoa com vitiligo tem a pele muito mais sensível e o bronzeamento pode acabar danificando a cútis, causando queimaduras graves e até mesmo facilitando a incidência do câncer de pele.
Nesse sentido, colocar um biquíni, aplicar bronzeador e passar o dia inteiro no sol para pegar uma corzinha está fora de cogitação. Por isso, o recomendado é evitar se expor a qualquer tipo de bronzeamento, uma vez que certas regiões da pele não têm melanina e, portanto, estão completamente desprotegidas.
Aliás, o protetor solar é o amigo inseparável de quem tem vitiligo – e deve ser usado sempre esse produto para manter a pele protegida. O recomendado é fazer uso diário de filtro solar, principalmente nas partes mais afetadas.
Para quem tem vitiligo, a exposição solar pode fazer parte do tratamento, devendo ser por curto período de tempo (no máximo 15 a 20 minutos), algumas vezes por semana (no máximo três) e sempre orientada pelo dermatologista.
Embora não tenha cura, hoje em dia é possível contar com tratamentos que ajudam a deixar o tom da pele mais homogêneo e até barrar a evolução da doença. Se você sente incômodo com as manchas na pele e busca o bronzeamento para tentar “igualar” a cor, não faça isso.
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